O termo "filosofia" é equívoco, não responde ao anseio da palavra ou do
que o vocábulo quer expressar. Exprime, na realidade, um tempo e não o
conceito; mitiga a inteligência do nome ( "nous"), como sói acontecer
com qualquer palavra em determinado tempo, que a marca com sua marca
indelével, com a qual marca os homens e o gado ou povo.
Amor á sabedoria não diz nada do conhecimento e confunde sabedoria
com conhecimento. A sabedoria é antes e mais presente nos sentidos do
animal que do homem civilizado, neste aspecto ex-animal ou animal
mitigado, mitificado, ritualizado, vestido e polido. Na realidade
deveria significar ou assinalar o amor ou a paixão ("pathos"), que amor
é termo cristão, do latim cristão ( amor é amor de Cristo em seu
ágape).
Quiçá os antigos, ao que parece, ninguém sabe direito isso, bem como
muitas outras coisas ilegíveis no tempo e no homem do tempo, mesmo com
a história para narrar e pensar tudo por escrito, pensassem em
sabedoria associada a sal, no sentido do que se prova, com língua, no
sentido metafórico e real, físico ( físico e metafísico), o que não é
improvável ou é possível.não é impossível e até verossímil, uma vez
que no latim o sal referia-se ao salário ou o pagamento ou soldo do
soldado, o que dá gosto a tal pensamento de que a sabedoria era
provada com a língua, com a escrita e com o social, o trabalho,
entrando como sal na economia do corpo, com o sal de cozinha, na alma
e no espírito, com a sabedoria da língua, e com o salário, na economia
do estado; enfim, em todas as economias. A terminologia para filosofia
seria ontologia.
O vocábulo ou voz antiga (a voz falada ou fonética no tempo, á época)
diz apenas do "pathos" da paixão que, posta na
"existência-inexistência" é arrazoada como "espanto" ( seria
ex-pathos"? ) ou pensar em tal voz antiga seria necessário a prova
fonográfica, conquanto não se tenha notícia do fonógrafo naqueles
tempos. O fonógrafo vem com a Revolução industrial inglesa, européia.
No que tange á voz ou vocábulo "metafísica", este nada diz em si, diz
apenas do que grafou um compilador de Aristóteles que, depois de
compilar a física, pôs, em sequência, a palavra metafísica, dando a
entender uma ordem numeral, referindo-se, outrossim, ao tempo, no "
depois da física", pois metafísica significa ou significava no antigo
idioma grego "depois da física", porquanto o compilador colocou nessa
ordem o pensamento do filósofo : primeiro a física (physis") e
posteriormente, seguindo a física : a "metafísica".
A palavra filosofia e metafísica não são apropriadas para dar a
inteligência do que se fala ou escreve com o termo. A palavra correta,
ou melhor , apropriada, ou que dá inteligência mais condizente com o
termo é : ontologia; esta a voz : ontologia; vocábulo que designa o
ato humano de conhecer ou conceber. Sim, ontologia, pois o homem, em
tudo o que capta com os sentidos e transforma com a razão, é
ontologia, ou seja, sem redundância cínica, um por o ser no mundo e o
retirar do mundo no processo fenomênico e o por dentro de si, no
pensamento, na razão, depois do trabalho dos sentidos.
O homem, assim, capta o ser, que é um ser ou algo não físico, mas
fenomênico, enquanto sob a égide dos sentidos e abstrato ou
inexistencial quando sob o crivo da razão, do juízo e outras
categorias aristotélicas-kantianas complexas. Complexa é a operação
do ser ou que produz o ser, porquanto o ser, do homem, ou que o homem
produz, é um produto contextualizado, com a tecnologia, visão e
superstições da época, ou seja, um ser manchado com o tempo, com a
tinta de época, enfim, um mero produto humano, quer dizer, algo
inventado e real a um só tempo e fundado sempre no mito ou invenção do
tempo, que é a forma humana de conhecer o espaço e de ler o espaço com
o contraditório, que é a sucessão na extensão.
O espaço é um conceito
de extensão e o tempo d sucessão num espaço; um não existe sem o
outro e, talvez a, ambos ou um dos dois inexiste enquanto fato, mas
exista apenas como ato do entendimento humano.
Todo estudo humano debruça-se sobre a manifestação do ser ou sua
produção. Ciência é essência ou ciência é o estudo sobre a essência,
que está encerrado no discurso, na língua, incomunicável com o mundo
estudado ou com a existente estudado, com a coisa estudada através da
essência do objeto e do método.
Os vocábulos filosofia e metafísica não dizem nada sobre o estudo ou
do objeto de estudo do homem : o ser, único objeto posto, nas suas
infindas formas, sob a base do discurso nominal ou numeral : os dois
"logos", as duas lógicas, as duas gramáticas ou semiologias e
semióticas do conhecimento.
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