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Sou um ermitão a léguas de outro ser humano inteligente /
Nunca tinha visto um ser humano plenamente inteligente /
somente conhecia os estúpidos demais para se aperceberem de algo /
até que apareceu uma eremita /
e quase acabou com minha solidão /
Mas eremitas não se casam /
Não, não se casam porque isso é o o ocaso do eremita /
o casamento e o ocaso do ermitão /
o primeiro elo da cadeia social que amarra todos a todos /
pelos tênues e ilusórios laços do equivocado amor cristão /
o amor de Romeu e Julieta é o paradigma dessa estupidez cristã /
que desmontou a paixão grega /
a relação entre o homem e a mulher entre judeus e árabes /
povos regidos pelo Tanakh e pelo Alcorão /
que são mais sábios e realistas /
que a estupidez da filosofia cínica-estóica-cristã /
que legou ao amor a administração dos negócios da paixão /
e não a vivência real e fática da paixão sem Cristo ao meio /
para intermediar esse comércio e escambo de fêmeas /
que rebaixou a mulher de prostituta sagrada à objeto de mercancia /
lançandoa-a, destarte, com Satã ao meretrício baixo do cristianismo /
e seu posterior desenvolvimento em capitalismo /
sua forma plena e acabada dada pelo puritanismo/
( o cristianismo sujou o pensamento de séculos e séculos, amém!) /
Acaso ficam enamorados ou noivos ?! /
Se sim é no sinal dos caminhos /
no encontro anual do ermitão e da ermitoa /
no brejo das almas cenobitas /
pelos montes ou nas tebaidas /
onde raro se acha alguém sociável /
( mas também sociável para quê? /
Para travar o diálogo cheio de mentiras /
que é próprio aos estúpidos ? /
( a hipocrisia é uma característica indelével da estupidez )
Para o eremita tudo é novo /
e embora o ermitão seja mais velho que as barbas do tempo /
nunca viram gente igual /
jamais se corresponderam com outro ser humano livre das prisões sociais /
são virgens de hipocrisia /
da pesada máscara de ferro que os atores sociais têm que levar atarraxada na cabeça /
escondendo o rosto e os cabelos /
( na cor amarela das louras ou negros das velhas bruxas não assumidas ? ) /
De mais a mais sou ermitão e preciso de léguas e léguas de solidão /
de alqueires e alqueires de solidão absoluta /
convivendo apenas com gafanhotos aves feras e outras bestas selvagens /
menos perigosas e traiçoeiras que o homem e principalmente a mulher venal /
- a fêmea no exercício de sua venalidade nas relações /
nas relações de fato entre o homem e a mulher /
que é a relação de macho e fêmea /
mediada socialmente pelas moedas de troca do amor /
que não existe senão simbolicamente no malogro sexual oferecido pelo cristianismo /
ou pela moeda local ou em dólar que é o caso mais comum /
numa sociedade cujos deuses é o consumo e o dinheiro obviamente /
( Por essa falta de imediatez e de relação entre indivíduos no sexo /
que é o diálogo pleno entre o homem e a mulher /
diálogo proibido sem o contrato social sexual antes avençado /
como uma espécie de pacto ante-nupcial /
é por isso que somos tão frustrados sexualmente /
embora ignoremos essa frustração /
porquanto quase não fazemos sexo /
mesmo estando no lar de um matrimônio muito fotografado e festejado /
mas que depois da festa ficou apenas com a ressaca da bebedeira /
e o pecado capital da gula dos glutões noivos e convidados /
e isso nos faz animais infelizes ) /
Para fugir a essa sociedade onde os pés estão nos grilhões /
as mãos amarradas com ferros no frio ergástulo /
preciso de eterna solidão /
de solidão que me permita existir /
mesmo sem sexo comprado /
Prefiro de terras livres para plantar meu silêncio /
no bosque semear meu ser pelas matas virgens de pés sujos /
na floresta abrir minhas flores com paixão /
e nas campinas buscar as ervas livres como "filósofas cínicas" /
a rir da miséria sexual e social dos homens e mulheres /
que estão proibidos de ser até o que são em natural /
que entretanto aceitam essa proibição porque escolheram ser escravas /
ó lindas borboletas amarelas voejando lépidas e volúveis sobre todo o herbáceo /
ó flores amarelas sem medo sobre os muros das casas dos loucos e dos poetas solitários /
algum ermitão que emigrou para a cidade /
e mora numa casa louca que parece casa de algum louco eremita solitário /
longe da grei mefítica de cordeiros coxos capríneos cegos muares sem poema /
- sem poesia de Drummod de Andrade para " Mulinha do Leite" /
que mora no tempo em pó guardada no cemitério /
e nos genes do poeta que nunca mais voltará em espectro eletromagnético /
mas tão-só na carne dos parentes /
que sempre é carne, porém nem sempre boa e verde carne crua de homem do campo /
Quero ver o campo de amapolas plantado por Monet /
em natureza bem viva e cercado pelo carrossel das abelhas /
o olhar do girassol /
porque amapolas de Monet têm a paixão de Monet /
não a paixão mais simples e natural das flores /
e o ermitão precisa de companhia inteligente /
mesmo que não o entenda como uma mulher /
ou um amigo à flor da pele /
mas que seja fiel e direto na relação /
na relação do eremita e flor do campo /
ermitão e ave canora alba mar riacho /
a solidão com a natureza sempre é muito rica e límpida /
como um pobre e esquecido arroio /
que quanto mais esquecido mais límpido corre álacre /
como um terém-terém que no mato tem /
muito terém-terém voando vem /
e pousa na solidão do ermitão /
e da eremita que vivem livres a sua paixão /
- e de sua paixão sem coração pelo ladrão /
O eremita não foge de si e corre ao outro /
não se suicidada por alteridade /
ou pelo amor enjoativo ao próximo /
excepto nos casos de gravidez /
onde se está preenhe do próximo /
filho evento pensamento composição musical artística /
sábado, 9 de janeiro de 2010
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