A Bíblia não tem
fatos, não apresenta fatos, não descreve fatos, senão
travestidos de personagens de histórias, que estouram o touro da visão do
profeta Ezequiel e estornam o tecido, que é a história mesclada com
estórias, a consonar com a distinção definida em vernáculo, que contempla
os dois leques de opções para uma narração : a ficção (estória) e a
realidade ( história). Esse centauro, que é a história-estória, com
seu dúplice “Nous”, as duas inteligências que tomam perfazem seu trajeto pela
via do ser aberto, as quais estão em companhia de toda narração,
seja ela denotativa ( sem a companhia do homem individual, o único existente)
ou conotativa ( com a inteligência que se socorre do indivíduo).
A história é uma trama tecida com
atos e fatos humanos, portanto a história padece de histologia, ou
seja, é um estudo de tecidos, não do corpo humano, como
aquele ramo da biologia ( a história no “logos” tratando, falando, escrevendo
sobre a vida que traz uma trama diversa para a função de cada órgão ou víscera
: o parênquima que constitui cada tecido, que escreve sua história na
histologia, utilizando-se do alfabeto de geoglifos e petroglifos que
descrevem e põe em fisiologia ( função) o corpo humano : um corpo de sátiros, faunos que vestem a natureza humana , vegetal
e animal), esgalho que trata do corpo humano nos moldes anatômicos e
fisiológicos. O lógico no “logos” logo, de uma vez, de chofre.
A história, esta histologia do
“logos”, com corpo no “logos”, é a doutrina dos atos humanos individuais e
coletivos, que se casam na intercessão dos tecidos : é uma histologia das
ações dos seres humanos individualmente e coletivamente, pois os
atos individuais dos homens deságuam nos atos e fatos coletivos,
porquanto na história, a histologia se retorce de novo, em novel
agonia : agora em campo social, na sintaxe que toma corpo de soldados em
pelotão e dão forma à história com “logos”: historiologia e com “grafos” : historiografia, que tecem, de
um indivíduo-aranha a outro indivíduo-aranha atos que, consumados, são
fatos ou feitos heróicos, épicos, cantados na voz dos clássicos
poetas Homero e Hesíodo, que não são meros poetas, mas sábios escritores,
cientistas, filólogos e filósofos primevos(?), que cindiram com suas espadas
e penas, fatos e atos, fato em atos, fatiados, os quais dão
em histórias e coisas ao vento, - vento com tosse ou torcicolo a
tiracolo no colo do canguru, que se serve do vocábulo “marsupial” para dizer da
bolsa que leva o filhote durante o estirar-se em longas distâncias em saltos
com pernas que parecem feitas “de molas”, nas indústrias de colchões e
suspensão de veículos.
História, enquanto ciência
autônoma, não posta fato, mas descreve-os em atos como personagens de lendas ,
oriundas da oralidade, que, posteriormente, distorce-se em garranchos que
se agarram em mitos ( escritos) para sobreviver sobre a terra maninha, às vezes
pétrea, de lei ou por rei morto ou posto. Aliás, tudo o que é bibliográfico (
escrita é “bíblia”, embora o digam também do “livros” ou dos “pequenos livros”;
tudo o que está escrito é história ( narrativa ou dissertação com presunção
científica ou técnica) e estória( lenda, mito obra de ficção, novela), ao
menos nesta língua portuguesa ( com certeza!), em grego clássico , antes dos
clássicos Platão e Aristóteles e Plotino, Sêneca, Epicuro, o filósofo do jardim, dentre outros, mormente
os pré-socráticos, cujos tecidos vem de sue pensamento, o qual, por fim, ou no
fim nobilíssimo, leva o nome derradeiro de Aristóteles, não um nome de homem,
mas de um tempo findo com a máxima glória por seus escritores, poetas,
cientistas e por, fim, por seu último astro do pensamento, pelo coroamento da
reflexão e da ciência e das artes com a obra magna da Hélade : a
filosofia , que emerge da mente do filósofo nobre, aristocrático, que
finaliza gloriosamente o pensamento de milênios : Aristóteles, que dá
maioridade ao pensamento pela elaboração do pensamento filosófico, algo que
diverge do pensamento de todas as culturas anteriores e posteriores..
A história é um fato à parte,
único, quiçá, nas culturas e civilizações dadas em letras que contemplam o
passado mental e social e individual pelo andar do idioma. A história, como
qualquer ciência ( a química , para exemplo) não é um fato natural, real, mas
um fato virtual, mental, cultural, apartado do universo,
encontradiço tão-somente dentro do cérebro humano, posto (tese)
como mente pelas palavras que a narram, descrevem e estudam, no ato
contemplativo final. É o ato do homem transmutado em fato, ou nele
concretizado, definido, fossilizado. Está fora do universo material, tangível.
É ato e fato intangível, ato e fato do ser, cuja gênese está no esquema a
seguir : Ato pré-fato; fato pré-ser -do- homem, fato ser-do-
homem-na-temporalidade e fato pós-ser-do-homem, em pós as alvoradas., no
deitar o sol no arrebol. Tudo isso exilado da realidade e do universo ou mundo
natural, diverso da cultura dos deuses, mas que versa sobre a cultura dos
vegetais.
Por certo que todos os homens
apanham o ser, carregam-no ao longo do caminho, mas nem todos desenvolvem
esse ser em intelecto a ponto de criar atos que dão em fatos, os quais
são alienações de seus pensamentos. A maioria dos homens apenas repetem tais
atos, que já estão há anos, séculos ou milênios incrustados na história
ou na arqueologia do corpo humano, que se lê e escreve em genética, seus
geoglifos e carregam o tempo consigo como um anão incômodo e pesado,
empecilho ao voo das procelárias metafóricas.
O algoritmo é um fato que, após a
operação do homem que o criou e lhe assoprou nas narinas a dor da vida
com alma ( vida móvel no concreto que entra pelo universo abstrato), move-se (
é alma) solitário no mundo, como qualquer protozoário, pois é, de fato, um
protozoário-do-homem, ou realizado pelo homem, um artefato feito
pelo homem, que, não obstante, tornou-se independente do seu
criador, o homem, tendo seus próprios movimentos, tal qual o próprio
homem, agindo muitas das vezes por si ou de encontro às regras, da mesma
maneira que o homem livre e inteligente, que, em si e por si, de per si,
já é uma raridade ( “Avis rara”) dentre a multidão de escravos obedientes por
fora e por dentro de seu espírito pensante, que se rendeu às normas traçadas
por outrem, quer seja esse “outro” ou outros a comunidade ou a divindade, ou o
que seja.
O algoritmo é um fato totalmente
emancipado do homem, do seu criador, assim como o é o homem sábio o
gênio raro, ou seja, o homem criador ( gênio) e o glosador ( sábio), os quais
se debruçam sobre o mundo real, não o dado, mas o construído segundo a
inteligência que os criou ( o gênio) e o sábio que os põe sob a crítica
epistemológica do filósofo, que versa sobre a obra do esteta e a obra do
pensador, do filósofo, do sábio e do erudito, os quais são entes intelectuais
diversos. O gênio e o sábio tratam da sabedoria enquanto o erudito sobrevive do
conhecimento. O conhecimento, a ciência, a erudição são pertenças do
homem : do crítico erudito, do filólogo, do homem de ciência, do poeta erudito;
já a sabedoria concerne à natureza, ao saber natural das “divindades”
humanizadas: os gênios e os sábios, que podem se exprimir como filósofos,
pensadores da ciência, críticos epistemológicos da arte, da metafísica e da
física, poetas, artistas, etc.
O sábio estuda o mundo
natural, onde a sabedoria infinita é mestra. O gênio cria sobre esta natureza,
pois contempla o real e não a realidade, que é o real dado, - dado dos sentidos
e dado elos sentidos!; já o erudito se embrenha na literatura ou nas
literaturas de todo gênero, que cobre todas as artes e ciências,inclusive a
filosofia; seu universo é meramente cultural e não selvagem,
não-natural, mas artificial, cultural, em oposição ao universo
enfrentado e vivido pelo sábio e pelo homem de engenho: o criador e o crítico
da criação, o conhecedor profundo universo natural e do mundo do homem, o
comentador , o crítico epistemológico, o filosófico que se inclina sobre a obra
do gênio.
O algoritmo é obra da criação do
gênio matemático, gênio da linguagem, mas obra da compreensão dada á
compreensão, á inteligência, pelo sábio, que é a um tempo filósofo, homem
teórico e esteta, ao mesmo tempo que erudito, o que o faz
apto a bem exprimir na língua da cultura o engenho do homem de
gênio, que pode ser um poema ou um motor de explosão : motor Otto. E,
outrossim, pode apontar, na sua análise epistemológica, que envolve até
contextos os mais variegados, os equívocos técnicos, mormente tecnológicos e
lógicos, até, em alguns casos, ontológicos, que o inventor, o gênio cometeu por
verter seu “mundo “ conotativo, subjetividade objetivada no objeto da criação.
Na criação está o criador,
Mas também a visão de seu crítico
a impregna indelevelmente e a corrige, dá-lhe ao reparo dos inventores
menores que se seguirão ao maior : o primeiro.
O sábio é o filósofo
erudito, homem versado na sabedoria natural e na erudição das línguas cultas,
ou o poeta-filósofo, a um temo erudito e dotado de profunda sabedoria natural,
mormente porque o poeta e o profeta vão mais longe e fundo neste saber.
O fato “in natura”, fato não
dado, não dado aos sentidos, mas inato, antes do fenômeno que o leva aos
sentidos, dentro apenas na natureza em si ( “a coisa em si” de Kant, que em
tudo arremeda ao platônico), o qual é transformado ou transportado
para a palavra“realidade”, a qual se refere por afecção dos sentidos à
coisa (da “res” em latim), não apenas a representa, mas é a coisa dada; daí ,
aliás, é que provém a palavra “realidade”, ou seja, a coisa dada, o real
dado ( real + dade), somatório das locuções : real + dado, o qual funda o
vocábulo para o encontro dos sentidos com a coisa dada aos sentidos em operação
natural, que se manifesta no fenômeno, objeto da fenomenologia estudada e
fundada pelos escritos pensantes dos filósofos Hegel e Edmund
Husserl ) .Filosofia, filosofia!
O fato “in natura” não é o
mesmo fato dado em fenômeno : é outro fato, outro objeto científico. Repetindo
à exaustão: o fato em natureza , fato natural, não é o mesmo fato quando
captado pelos sentidos, porquanto este último é o fato fenomênico, o
fenômeno, algo dado pelo encontro do real, com os sentidos, do real
retirado ou percebido pela sensação, sensibilidade ; entrementes, no
paradoxo que não dista do conhecimento, senão pelo morto, é o mesmo
fato, apenas destituído do sabor que lhe confere os sentidos,
os quais lhe emprestam outro saber no desvio da curva cartesiana
dançando em parábola gráfico fora.
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